29.6.09


s pode ser saudade,
s pode ser solidão.
pode ser simplesmente,
ou um só coração.

28.6.09

em comum, ao menos o m do nome. e pelo que viu, o arctic monkeys. mabel passou muitas das suas angustiantes tardes de adolescente escutando arctic monkeys a fim de alguma calmaria momentânea. desde pequena sonhava em ser rockstar e se imaginou, mesmo, numa vida completamente diferente daquela. sonhou em namorar algum carinha descolado, fazer teatro, viajar com os amigos e ter novas experiências. quando conheceu lívio, o pai de sua filha, era uma menina com todos os sonhos do mundo guardados no quintal de sua casa e eis que surge um cara aparentemente bacana em meio a todo aquele caos e dúvidas existenciais que amarrotavam sua pouca idade. quando se é jovem, não se pensa que fazer o que der na telha pode virar sua vida de cabeça pra baixo. e mabel estava certa do que fazia. lívio lhe prometeu mundos e fundos e o pior: prometeu-lhe ser fiel. qualquer menina apaixonada acreditaria. logo depois ela engravidou e lívio sumiu pra sempre. até hoje ela não sabe o que aconteceu e como ele pôde ser capaz. eles pareciam tão certos um pro outro. gostavam de lilás e usavam all star preto. ouviam strokes quando voltavam pra casa, de madrugada, e aquilo era tão mágico. e ele prometeu que estaria com ela. mas deu no que deu. depois disso, mabel nunca mais se apaixonou por ninguém. se antes era envolvida pelos discursos promissores dos garotos com quem saía, agora havia descartado o amor. mas sabia que faltava alguém para preencher o vazio de seus dias. alguém pra dividir suas angústias e medos. alguém pra ajudar a escolher o sabor do sorvete ou ler seus versos preferidos. e aí surge marcelo, fruto do acaso ou destino ou qualquer coisa. tão apaixonável e tão belo. ela precisava arrancar um pouco dele pra si. pensou em mil maneiras de convidá-lo para dar uma volta sem ser oferecida. porque ela não queria se oferecer, só queria alguma boa companhia e ele parecia tão ideal.
- tá com pressa? - disse, sem muita segurança.
- não. só passei pra tomar uma bebida e agora vou pra casa.
- posso te convidar pra um passeio?
- não seria uma má idéia.
- conheço um lugar legal pra bater um papo.
- ora, uma moça cheia de bons-lugares-secretos!
mabel sorria tão lindamente. estava realmente bonita. e serena. e feliz. como há muito.
mudando de lado
de fado
ditado.

27.6.09

era uma vez uma menina que gostava de nuvens
nuvem azul, nuvem cinza, nuvem branca e incolor: nuvem de toda cor
então fizeram um pacto: menina é da nuvem e nuvem é da menina
e caminharam juntas por dias nublados. onde menina ia, nuvem ia atrás.
até que em um dia de sol menina resolveu sair de casa e ficou maravilhada: castelo de areia, banho de mar e até pipa no ar.
mas aí começou a chover: era a nuvem a chorar por ver menina mudar.
onde está você que não chega?
só por agora vai começar
enquanto você demora
o céu está pelejando
p'ro sol ir embora


::carimbó - em minha versão preferida, por céu::

26.6.09

ó, mulher, que fazes nessa escuridão?
abre a janela, mulher
o dia raiou e você nem viu
ó, mulher, que fazes aí sozinha?
acorda pro mundo, mulher
a vida passou e você nem sentiu
- você de gosta de moças? ou prefere rapazes?
...
- tanto faz. "o que me interessa são as almas".



um livro bacaninha aí.

24.6.09

anti sãojoão

protesto contra fogueiras, bombas, traques, sustos, chateção e qualquer outro tipo de poluição sonora/visual/ambiental/local/global que esta época do ano possa causar. na boa, assem milho em casa e ouçam música, ao invés de todo esse pseudo-espetáculo barato.

agradecida.

zum zum zum

z de zoada, zangado, zebra, zombaria. para todas as luízas, terezas, maízas, marizas. que poderiam ter sido "s"alvas por uma letra mais "s"impática. a minha "s"olidariedade à vocês. suponho que escrever com z seja realmente muito... zato.

20.6.09

ODEIOMUITOESSESOLODEIOMUITOMINHAGARGANTADOLORIDAODEIOMEU
CABELOMOLHADOSECANDOQUENEMJUBADELEÃOMASAMOSÁBADOPORQUE
SEIQUEAMANHÃPODEREIDORMIROSONODOSJUSTOSTHANKSGOD.



se nem for terra
se trans for mar

16.6.09

- oi. - disse ele sem pretensão alguma, apenas sendo cortês.
- oi. - disse ela com todos os desejos do mundo.
- quantos meses?
- o quê?
mabel parecia presenciar uma epifania.
- a barriga...
- ah... 5 meses.
- legal. criança é sempre bom por perto. contagia.
- é.
afirmou sem razão. nunca foi fã de criança e essa, a sua, parecia pior que qualquer outra. mas não podia discordar daquele que parecia maravilhoso o bastante para ter sua opinião contrariada.
- então... você vem sempre aqui? - a frase mais clichê de todas soava como uma poesia aos ouvidos de mabel.
- sempre que posso. - respondeu suavemente.
- é a minha primeira vez. achei o lugar legal e resolvi entrar.
- pois é. bom pra refletir, colocar as idéias em ordem.
- deve ser. por enquanto gostei do chocolate.
mabel sorriu um sorriso terno e doce. quem a conhece saberia que ela estava diferente demais do que costumava ser.
- qual o seu nome?
- mabel.
- prazer, mabel. o meu nome é marcelo.
marcelo. esse era o nome.

15.6.09

havia de ser, mesmo se não fosse

mabel não aguentava pegar ônibus. entrar pela porta da frente e caminhar por todo o corredor para pagar ao cobrador parecia-lhe detestável. depois voltava pra alguma cadeira lá na frente e se acomodava no assento da janela, evitando o risco das pessoas esbarrarem em sua gravidez ou evitando sentir pena de algum estudante bambando de tanto peso nas mãos e ter que apoiar livros e mais livros em sua barriga desconfortável por si só. era uma tortura diária, mas não havia nada a fazer. a vida não foi lá muito generosa. logo cedo perdeu os pais e teve que enfrentar o mundo sozinha, correr atrás das coisas e aprender a se defender das cafajestagens masculinas. se arrependera de não ter dado mais atenção a essa última lição, o que lhe rendeu uma gravidez de um super cafajeste que sumiu pra nunca mais. e lá estava ela, tendo que segurar toda a barra sozinha, subindo e descendo de ônibus, experimentando os inúmeros degraus da vida. para não morrer de desgosto, ia a um café próximo a sua casa nos fins de tarde, ler e pensar em alguma coisa que lhe servisse de refúgio. e foi no meio de um desses pensamentos que marcelo apareceu em sua vida. entrou no velho e conhecido café e deixou algo cair no chão, chamando a atenção de mabel. nunca o tinha visto. todas as tardes ali, por mais legais que fossem, nunca lhe rendera nenhum atrativo a mais. um homem magro, de cachos e camisa do arctic monkeys. pedindo chocolate quente com um livro em mãos que lhe parecia interessante só pelo título: leia-me. com uma energia boa que, por magnetismo ou sei lá o que, lhe tomou o corpo. sentiu-se viva como há muito não sentia. todos aqueles anos de desilusões amorosas lhe renderam muitas fantasias do homem perfeito e hoje, uma tarde como qualquer outra no café de sempre, o homem da sua vida parecia estar ali, bem na sua frente, daquele jeito e sem porquê. pensou que podia ser mais uma de suas fantasias lhe tomando a mente. mas não, marcelo existia. não era fruto da sua imaginação. era real, e mais que isso: marcelo foi capaz de livrar mabel de todo o mal que acarretava em sua vida com um simples olhar. e foi capaz de reparar, com admiração, em sua barriga enquanto ela se levantava, aquela mesma barriga que lhe parecia um infortúnio. ele sabia enxergar beleza até onde, para ela, só havia tristeza. marcelo. que poderia ter entrado em qualquer café. mas que estava ali, na sua frente. e ela, desacreditada do mundo, das pessoas e do amor, agora não queria mais nada além dele. marcelo.

14.6.09

eu vou-me embora nesse frevo que é de pernambuco
menina, vamo comigo
eu trago um doce mais doce que o doce da batata-doce
menina, tome comigo
tem bolinho, cafezinho, esse é meu castigo
menina, fique comigo

até quarta-feira chegar
eu quero desabafar
cair no mar, me jogar nos braços teus
durante o carnaval



orquestra contemporânea de olinda. linda.

12.6.09

nunca mais consegui dormir direito. fico acordando, sonhando demais, com medo de perder a hora. pura inquietação. mas hoje meu bom humor resolveu sair da toca. deve ser por causa do clima. sabe como é, adoro nuvens.


ps: I heart mardy bum & a certain romance de arctic monkeys.

10.6.09

para o Pequeno Príncipe

nossa, há quanto tempo... como vão as coisas no seu pequeno planeta? aqui, no meu, andam imensamente estranhas – muito baobá para pouca flor, se é que você entende meus simbolismos.


::fernanda young::
mais um dia nublado na nossa grande (?) joão pessoa. isso contribuiu e muito para o meu bipolar humor optar pelo bom, hoje. :} já já vou na padaria mais djiliça que tem aqui perto da loja comprar muitas guloseimas.
e amanhã é feriado e eu poderei dormir e dormir e depois dormir de novo.
ê vidão.


vou-me já.

::rita lee na vitrola::

9.6.09

nada novo de novo.
férias da faculdade. agora posso ficar a tarde e a noite trancada no meu quarto, com meu computador, minha vida, minha solidão e minhas músicas. sem ninguém pra me encher o saco. mas uma hora vão bater à porta e vão me perguntar o porquê de não sair da toca. é sempre assim. eu não saio da toca porque essa toca é o único lugar onde me sinto um pouco eu. porque não consigo mais gostar de ficar conversando bobeira a noite toda sentada em um sofá com um monte de familiares que não entendem de porra nenhuma de nada. prefiro assim. eu gosto de boas companhias. BOAS. e isso tá cada vez mais difícil por aqui.


ps: carreguei meu celular. *palmas*
ps²: facebook, twitter, orkut e blog aguçam meu ego. percebo que escrevo tudo na primeira pessoa. oukei, isso deve ser carência.


adios.

8.6.09

essa história de só, ando em boa companhia é uma grande besteira, porque eu não ando bem sozinha. prefiro companhias. mas companhias boas e não companhias más. será que alguém entende? acho que não, né? então deixa pra lá.



ps: da série 'pra não esquecer': meu celular está descarregado há exatos 12 dias. fazer uma forcinha pra carregá-lo. a direção.
meu filho se chamará gael e minha filha malu. ou bia ou bel.
não quero nenhum animal de estimação. (talvez algum gato domado limpo e peludo - ah! e de bigode)
prefiro morar em apartamento mesmo. com muitos quadros. quase nenhum móvel. paredes coloridas.
quero muitas luzes brancas por toda parte e algum abajur em uma parte qualquer.
flores cor de laranja na varanda.
e no meu quarto: samba e amor até mais tarde. e muito sono de manhã.
vazio agudo
ando meio
cheio de tudo

pra não dizer que não falei das flores

hoje (ontem) faz 20 anos que leminski morreu. como diria renato: é tão estranho, os bons morrem jovens.

escrevo. e pronto.
escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
ninguém tem nada com isso.
escrevo porque amanhece,
e as estrelas lá no céu
lembram letras no papel,
quando o poema me anoitece.
a aranha tece teias.
o peixe beija e morde o que vê.
eu escrevo apenas.
tem que ter por quê?



salve, salve grandíssimo!

5.6.09

ontem fui atrás de livros na siciliano e não havia nenhum dos meus. nem clarah averbuck, nem bukowski, nem leminski, nem vergonha dos pés, de fernanda young. o cara nem sabia escrever leminski, fala sério. que saco saco sacooo! eu exijo uma livraria cultura aqui em joão pessoa! :(

hoje tenho uma apresentação de trabalho. deus me ajude a não tremer e gaguejar. oukei, não sei falar em público.

e só. vou decorar minha fala. muá.

ps: ontem saí da riachuelo com um biquini pendurado na bolsa. não notei, só quando tava longe do shopping. fiquei com peso na consciência, porém não foi maldade minha. o sensor não apitou nem nada. paguei mó mico mas ganhei um presente do destino. ré.

3.6.09

assisti persépolis. é um filme cheio de coisas belas e sujas, mas que resultam numa história linda. dá uma nó na garganta saber que aquilo ali existiu, que a humanidade é capaz de ser tão cruel com ela mesma, que a censura e a opressão foram, durante anos, a atração principal de tanta gente. mas a visão de marjane diante da vida e a sua vontade de mudar superam qualquer mau sentimento.


lindo, lindo e sensível.

pra não esquecer

quero me encontrar mas não sei onde estou.

eu preciso comprar livros. me informar mais. ler mais clarah averbuck, que consequentemente me fará ler mais leminski e ler mais bukowski. preciso terminar de ver minha lista de filmes. preciso não ficar triste por qualquer coisa. preciso aprender a gostar de sol. preciso parar de falar alto. preciso parar de falar. preciso parar de comer. preciso cuidar dos outros. preciso cuidar de mim. preciso viajar mais. preciso ouvir mais caetano, mais mombojó. preciso ouvir mais coisa boa. preciso de um show de china. preciso entrar na aula de francês e de violão. preciso passar pomada na minha tatuagem. preciso parar de nóia com a minha sobrancelha. preciso ir mais em recife. preciso morar em outro lugar. preciso de novos e bons e iguais e igualmente novos amigos. preciso estudar mais fotografia. preciso aprender a não antipatizar as pessoas sem conhecê-las. preciso terminar meus trabalhos da faculdade. preciso de um estágio em publicidade. preciso não me tornar uma publicitária chata e cheia de ego, mas preciso melhorar o meu ego. preciso tratar minha mãe bem. preciso desligar o rádio da empregada no café da manhã, para aquelas músicas feias e bobas pararem de entrar na minha cabeça e tocar dentro dela. preciso melhorar meu humor. preciso ser legal. preciso me livrar de coisas que não me fazem bem. preciso me livrar de pessoas que não me acrescentam nada. preciso parar de corrigir os erros de português dos outros. preciso dormir mais. preciso me livrar das minhas olheiras. preciso de outras milhões de coisas que não me vêm à cabeça agora. preciso escrever coisas úteis. preciso disso, daquilo e preciso não precisar tanto assim.

2.6.09

quando me sinto sufocada corro pra cá. por isso que eu digo que esse blog é um refúgio de mim mesma.

haja hoje pra tanto ontem.
e haja amanhã pra tanto hoje, leminski.

vou é dormir. adios.
isso de ser exatamente o que se é ainda vai nos levar além.

a l é m

a
l
é
m
queria férias de tudo que já vi. nada de novo.
mas hoje não estou insatisfeita. já disse que esse clima me favorece. eu poderia morar desse jeito.
london, here I go!
um dia eu juro que vou. e com aquele clima, aquelas pessoas e aquela cultura. aí, sim, me encontrarei.

e s c r e v e r m e a j u d a a c o m p r e e n d e r p a r t e d a m i n h a a l m a i n c o m p r e e n d i d a
escrevo porque preciso. mesmo sem direção.