26.6.11

em busca de

é como se o coração tivesse despido. é como se o tempo fosse frio. e como se tudo não passasse de um nada mal resolvido, cheio de perguntas sem respostas. e eu vou caminhando nesse inverno que parece não ter fim, tentando pensar que o caminho mais certo não é o mais cômodo, mas leva a algum lugar que vai chegar, vai chegar, vai chegar. penso assim, três vezes de três em três minutos, numa insistência latina que quase dá certo. e dará, e dará, e dará.

tentando achar um corpo que abrigue um coração alheio. que esquente entre duas mãos as minhas duas mãos. que aqueça tudo outra vez. e que dessa vez seja real.

20.6.11

sobre a saudade

Muda de nível,
sai do estado invisível,
põe o modo compatível,
com a minha condição,
que a tua vida,
é real e repetida,
dá-te mais que o impossível,
se me deres a tua mão.



12.6.11

para ninguém

talvez eu seja mesmo boba. é esse o nome que se dá a alguém que confia demais nos sentimentos? talvez eu tenha sido boba, ou seria ingênua?, em acreditar quando você dizia que me amava. e que queria ficar aqui pra sempre. boba por inventar um alguém que nunca existiu, já que não consigo enxergar os mesmos olhos doces que me serviam de guia, nem as piadas despretensiosamente engraçadas e nem aquele modo gentil de servir todo mundo na mesa.
você sumiu. se perdeu no caminho de casa ou qualquer coisa parecida. ou será que fui eu que perdi alguma parte da nossa história no meio daquilo que eu julgava ser amor? talvez sim, mais uma vez eu: a boba. e você, o fingido. que se disfarça em mil personagens e não se acha em nenhum. que tem agora os olhos desviados e as piadas desinteressantes junto a um modo infantil de querer ser sempre o centro das atenções.

e que, ainda assim, me dói.

9.6.11

00:16

do alto do nono andar
no auge dos vinte anos
e do topo dos sonhos
todas as esperanças parecem - por um momento
desaparecer

e se atiram varanda abaixo
caindo sem gritar
num sufoco que permanece histérico dentro de mim.

7.6.11

sobre crescer

a vida passa
e muda
em mudos passos