12.2.10

a gente se ilude dizendo "já não há mais coração"

subitamente (ou não tão subitamente assim), minha alma se perde por entre pensamentos que dão a volta nas memórias boas que se foram e agora parecem tão distantes. do tempo que passar o dia em casa, de pijama, apaixonada por um álbum novo dos strokes, era riqueza. do tempo que um telofonema inesperado enchia meu life e me fazia querer sair correndo e gritando ao universo que viver é lindo. do tempo que minha juventude era calma. uma hora, ser jovem e ter o peito sangrando por querer ver a poesia de todas as coisas e querer agarrar o mundo com suas próprias mãos, cansa. cansa por ser tão penoso. por parecer, centenas de vezes, que o mundo inteiro não passa de um quintal. por você criar e desfazer tantos devaneios e ninguém entender. por te julgarem. por você querer mostrar a essa mundão que a vida vale a pena, porque é bonito viver. por rirem de você. por parecer piegas querer mostrar que um fim de tarde entre amigos é mais bonito do que viver só. e é por essas e por outras que, de tanto crer, minha alma latina tenta desacreditar, sem sucesso, dessa coisa misteriosa, descompassada, que nos bate, debate e nos expõe ao sol às 2h da tarde de uma terça-feira mas, mesmo assim, as pessoas teimam em desdenhar: o amor. pura covardia de um coração adolescente que pulsa no auge de sua mocidade, sem saber que ainda vai demorar muito pra se aposentar.

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