26.2.10

todo carnaval tem seu fim

todo ano é assim: muitas cores, muitos sorrisos e, por fim, muitas lágrimas. quando chega fevereiro a gente se encontra, você me pega no aeroporto e me leva pra sua casa. o lado da cama encostado na parede é meu. fazemos competição de massagem e, como sempre, você ganha. daqui a pouco o dia já vem nascendo e a gente sequer se deu conta. dormimos abraçados no aconchego que só a gente tem e amanhecemos cheios de uma preguiça boa, que poderia durar eternamente. ficamos deitados por muito tempo depois de acordar, apostando quem vai ter coragem de se levantar primeiro. até a hora que você se rende, toma um banho e volta todo cheiroso, me dando beijinhos de bom dia. no café da manhã, iogurte de maçã, meu preferido. depois a gente se enfeita todo e se veste de alegria, vai pra rua e só volta à noite. vemos nossos shows preferidos, pegamos carona com as risadas alheias e admiramos o amor que existe por aqui nessa época do ano. madrugamos em um boteco qualquer, brindando à nossa paz. isso tudo dura uns três dias, depois a vida segue. todos os outros 362 são feitos de saudade. o caminho de volta pro aeroporto é o mais doloroso, esse nó na garganta e esse pranto eu sei de cor. a fugacidade dos nossos momentos se eterniza em meu peito e, depois de tanta alegria, o jeito é aturar a tristeza. a gente se despede e promete que não vai se perder nunca e vai se falar todos os dias. e até cumprimos. ano que vem tem mais. enquanto isso, eu vou construindo, na minha solidão, fantasias de nós dois. pra quando o carnaval voltar.

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